O desemprego no Brasil vem caindo e é o menor desde 2002, segundo informação do IBGE.
Com tantas vagas de empregos disponíveis em 2013, estão em falta
caminhoneiros, pedreiros, mecânicos, engenheiros e uma infinidade de
profissionais nas mais variadas áreas.
O Jornal Nacional exibiu uma série
especial de reportagens sobre o mercado de trabalho no país.
A reportagem trouxe informações importantes para você que deseja arrumar emprego, informando onde encontrar vagas disponíveis em 2013.
É longe: Rondônia, no Norte do país. Partimos da capital, Porto
Velho, seguimos o Rio Madeira e, em plena floresta amazônica, encontramos um
gigantesco canteiro de obras: Jirau, a hidrelétrica erguida por um formigueiro
de operários.
“Vim atrás de serviço, realmente achei”.
“Ultimamente não poderia ser melhor”.
A construção civil está mesmo na melhor fase das últimas duas
décadas no Brasil. “A pessoa fica desempregada se não tiver coragem de sair de
dentro de casa”, afirma o armador José de Souza Silva.
São 20 mil trabalhadores, do pedreiro ao engenheiro. Douglas, de
22 anos, formou-se em fevereiro do ano passado e em março já estava contratado.
“Geralmente todo engenheiro já sai da faculdade empregado”.
E seguindo uma tendência nacional, também cresce a oferta de
vagas para elas. Mesmo em setores que tradicionalmente só empregavam homens.
“No meu trabalho, eu gosto de dirigir”, diz uma motorista de caminhão.
No Brasil, as mulheres já representam 45% dos trabalhadores. Em
Jirau, elas são quatro mil contratadas.
“Tem muita gente hoje da região que não tinha expectativa
nenhuma de emprego e a usina proporcionou”, conta a caminhoneira Dinorá dos
Santos Braga.
As obras que surgem em todo país são como um termômetro do
crescimento econômico. Públicas ou da iniciativa privada, elas não geram
emprego só na construção. Fazem parte de uma cadeia produtiva. Os salários
pagos fazem girar dinheiro e o resultado é mais carteira assinada Brasil afora.
Pra alimentar tantos operários, um restaurante gigante. Eliana
foi contratada como cozinheira. Era dona de casa. “Esse é o meu primeiro
emprego. Foi ótimo”.
Com o salário, ela comprou eletrodomésticos, trocou o piso e o
forro da casa. O aumento do consumo movimenta o comércio do lugarejo onde ela
mora.
“Aumenta o número de funcionários na hidrelétrica e aumenta o
número de cliente no supermercado e automaticamente a gente precisa contratar
mais funcionário pra poder atender”, diz o empresário Alfredo Paulo de
Oliveira.
A loja de material de construção dobrou o número de empregados.
“A gente consegue um funcionário, quando ele começa a ficar bom, começa a pegar
o jeito, aí logo ele já encontra outra oferta de trabalho”, diz a vendedora
Patricia Apolinário.
Este também é o cenário nas outras regiões do país. Grandes
empresas ouvidas pela Fundação Dom Cabral revelaram como está o mapa do
emprego.
A escassez de mão de obra varia de acordo com o tipo de
atividade econômica que mais cresce em cada região do país. No Nordeste, 36%
das empresas disseram que estão penando pra contratar supervisores, que são
líderes, coordenadores de equipes.
No Sudeste, 31% disseram que o problema é a falta de
profissionais de operação, que são operários nas indústrias, vendedores nas
lojas, recepcionistas nos escritórios, por exemplo.
Na Região Sul, a dificuldade é pra conseguir engenheiros. Foi a
reclamação de 27% das empresas. E, no Centro-Oeste, falta de operário a
supervisor. Segundo a pesquisa, as grandes empresas encontram a mesma
dificuldade pra contratar profissionais em todos os níveis de formação. É o
retrato de um país que não se preparou o suficiente para o desenvolvimento.
“Quando a economia brasileira se estabilizou, o parque
industrial brasileiro, os setores da economia do Brasil investiram muito em
equipamentos, em tecnologia, mas esqueceu do ser humano. O Brasil está
descobrindo que máquina é acessório pro ser humano e não o ser humano como um
penduricalho da máquina”, disse Paulo Resende, professor da Fundação Dom
Cabral.
A taxa de desemprego caiu quase pela metade desde 2003.
Justamente quando Seu Marcelino imaginava deixar as construções. Mas...
“Constantemente tem uma proposta”.
As empresas não conseguem renovar a mão de obra no ritmo que
precisam. Profissional qualificado e experiente é raridade.
“Aposentei, mas não consegui parar de trabalhar. Espero não
parar tão cedo. Nem quero”, disse o armador Marcelino Gomes.
Na reportagem desta terça, você vai ver que a melhora do mercado
de trabalho trouxe de volta brasileiros que tinham migrado em busca de emprego
no exterior.
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